SUTRA DO CORAÇÃO DA SABEDORIA

O Sutra do Coração começa com “Maka Hannya Haramita Shingyo”.
“MAKA” é grande e “SHIN” é coração, ou mente. Shin quer dizer as duas coisas, coração ou mente.
Na realidade, o significado de coração, não é bem coração, mas sim essência.
E nesse sentido queremos dizer não o “O Sutra do Coração”, mas “Sutra da Essência dos Sutras Prajna Paramita”. 
PRAJNA é “sabedoria”. 
PARAMITA é “a outra margem”.
“Sabedoria da outra margem”.
Existe uma coleção de Sutras chamada “Os Sutras Prajna Paramita”. São mais ou menos 600 volumes. 
O Sutra do Coração da Sabedoria é um resumo da essência de toda a coleção dos sutras Prajna Paramitas, que não estão traduzidos. Mas eles são uma colação importantíssima de ensinamentos, de estudo do inicio do movimento Mahayana.
A idéia de Paramita - a outra margem, é que existe um rio, o rio da ignorância, nós estamos numa margem e tomamos um veículo pra atravessar o rio e chegar na outra margem que é a margem da sabedoria.
Então são sutras da outra margem, a margem da sabedoria, pra quem atravessa esse rio da ignorância.
É por isso que aquilo que se usa pra atravessar o rio chama-se “yanas”, que são veículos. “Mahayana o grande veículo”, “Hinayana o pequeno veiculo”, “Vajrayana, o veículo do raio”, etc. Yana é portanto o veículo para atravessar o rio e chegar na outra margem. 
Quando você atravessa o rio de uma margem a outra, na outra margem você não sai carregando o veículo. 
Este é o significado do TÍTULO do sutra, portanto, para entendermos.

O que Buda explicou é: se você atravessa o rio com um veiculo, não tem sentido sair carregando o barco nas costas depois que chegou do outro lado. Por isso os veículos existem pra ser abandonados, o Budismo inclusive. Não são coisas pra serem carregadas pra sempre. O Budismo tem uma porta de saída. A imagem do Bodhisattva é: “ele chegou até outra margem”. Aí ele olha e vê todo mundo na margem de cá. Aí ele se apieda, se compadece, e volta pra cá pra carregar pessoas através do treino da mente.

Então, comecemos o Sutra.

1.      O Bodhisattva Avalokitesvara praticava profundamente o Prajna Paramitta (a sabedoria) e viu claramente o vazio de todos os cinco agregados, e assim libertou-se de todos os sofrimentos.
2.      Ó, Shariputra, forma não se diferencia de vazio, vazio não se diferencia de forma. Forma é exatamente vazio, vazio é exatamente forma. O mesmo é para sentidos, percepção, impulsos e consciência.

  1. Ó, Shariputra, todos os dharmas são marcados pelo vazio, não aparecem e nem desaparecem, não são impuros e nem puros, sem perdas e nem ganhos.
  2. Portanto no vazio não há formas, nem sensações, percepções, impulsos e consciência; não há olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo e mente; não há cor, som, cheiro, sabor, tato, objeto do pensamento; sem o mundo da visão, sem o mundo da consciência, sem ignorância e o fim da ignorância, sem velhice, sem morte e sem o fim da velhice e da morte; sem sofrimento, sem causa do sofrimento, sem a sua extinção e sem objetivo; sem conhecimento e sem ganhos; sem nada obter, o Boddhisattva em paz praticava Prajna Paramita.
Retirado de Daissen

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